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25 de julho de 2012

Latinoamericanos


É triste ter que presenciar uma e outra vez troca de insultos entre brasileiros, argentinos, bolivianos, paraguaios, peruanos, chilenos... A maioria das pessoas parece apagar completamente a mistura inevitável que TODOS nós possuímos (entre nativos, negros, europeus, escandinavos, árabes, asiáticos e muitos outros). É questão de sangue, de terra, não há como escapar mesmo que muitos ainda tentem. Passamos por epidemias, escravidão, colonialismo, guerras civis, ditaduras, e travas econômicas. Mas continuamos aqui, firmes. O irônico é que os verdadeiros estrangeiros não conseguem nos diferenciar uns dos outros, pois veem entre nós uma conexão muito grande entre cultura, crenças e rostos. Coisa que nós, antes deles, deveríamos ter há muito tempo nos dado conta: que somos, simplesmente, latino-americanos. E ao insultar o vizinho, estamos apenas puxando nosso próprio tapete.

Me entristece presenciar una y otra vez los insultos entre brasileros, argentinos, bolivianos, paraguayos, peruanos, chilenos… La gran parte de la gente parece olvidarse por completo la mezcla inevitable que TODOS nosotros poseemos (entre nativos, negros, europeos, escandinavos, árabes, asiáticos y más). Es cuestión de sangre, de tierra, no hay escapatoria aunque muchos todavía lo intenten. Pasamos por epidemias, esclavitud, colonialismo, guerras civiles, dictaduras y trabas económicas. Y seguimos acá, fuertes. Lo irónico en esto es que los verdaderos extranjeros no logran diferenciarnos unos de los otros, pues ven que hay una conexión muy grande entre cultura, creencias y rostros. Cosa que nosotros, antes de ellos, deberíamos hace mucho habernos dado cuenta: que somos todos, simplemente, latinoamericanos. Y que cuando insultas el vecino, tiras la propia alfombra bajo tus pies.



15 de julho de 2012

Pensamentos

Burrice pensar que não possuímos da vida um pouco de tudo; se não fosse verdade, você nunca cogitaria a hipótese.


As coisas que verdadeiramente são sempre estarão, e na verdade sempre estiveram.


Sou o que faço com o que tenho. Sou tempo presente.


Me pergunto o que desejam as pessoas mais interessantes: as que não se levam a sério.


Somos todos considerados loucos porque somos todos desprezíveis.



Um olhar
um gesto
um abraço
                                um amor.

Poucas linhas em todas as vidas que valeriam a pena.

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Temos ao nosso alcance inúmeras coisas criadas para distrair-nos da desolação. Faz muito tempo que estar sozinho deixou de ter conotação neutra, de ser apenas um estado transitório e natural - tais como a felicidade - e passou a ter gosto de experiência negativa. E em torno disso tudo criamos uma ilusão, a ilusão da ação, quando na maior parte do tempo não contribuímos em nada para nós mesmos. Precisamos da solidão, precisamos aceitá-la como parte inerente do que é, de verdade, ser humano. E digo: quando finalmente conseguirmos abraçá-la, sem nenhum pré-juízo, nos sentiremos cada vez mais livre como criaturas.
E pensar que a maior parte da energia gasta em toda sua vida será desperdiçada em coisas que não lhe serão, em nada, essenciais. Convenções feitas apenas para deixá-los à deriva no mundo, sem lutar contra nada e para nada. Acomodar-se. A verdade é que viver é revoltar-se, mas não contra o mundo, mas em uma tentativa íntima e desgarradora de dar a ele um sentido maior. Pense que você passa a vida toda escutando quais as melhores maneiras para adaptar-se ao sistema e que também,  e que, se seguir tudo direitinho e for “bem-sucedido” aos olhos dos outros, chegará ao final da vida com uma sensação de incompletude imensa, quase como um desperdício de vida; porque a vida só será um desperdício se você gastá-la tentando agradar aos outros e esquecer de si mesmo. Ironia.

14 de julho de 2012

Perfil



Não sou escritora de grandes histórias, contos. 
Não fui feita para tais grandezas literárias.
Desde sempre fui curta.
Feita de frases, não parágrafos,
versos, não soneto.
Instante, não tempo.