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29 de outubro de 2008

23h em Outubro

Sem muito em mim. Talvez porque esteja nos outros. Mas ainda há com o que encantar-se. Há o muito dos poucos sentimentos que nascem, pequenos e insistentes. Há vida por trás de palavras mal-feitas e não-vindas. Até...há também os gestos que deixamos ausentes, receosos que somos pelo depois. Pensar que ainda páro pra seguir bobagens na minha cabeça. Enraizadas dentro de mim, agora só um novo sentimento, duro e forte, para mudar tanta coisa. Respiração difícil em dias fáceis de levar. Não prestamos muito atenção ao que há do outro lado da rua. E acendo meu cigarro...esperando não um pensamento a mais, mas um gesto.

26 de outubro de 2008

O amor a noite.

Metáforas das minhas noites...noite adentro de minutos longos, exaustivos, infiéis ao que me sei. Pois então eu assim me faço! Me faço entendida de palavras bonitas, na tentativa de, assim, aliviar expectativas alheias. Não sei nem das minhas, quanto mais das palavras que nunca me foram. Noites adentro e saber que a eternidade nunca será parte de nós. Nem o amor poderia então ser eterno; ele se alimenta do nosso medo da solidão, da finitude. Amamos na tentativa de existirmos um pouco mais, em tentar extender-nos (e entender-mos) além de nós mesmos. Amar é tentar ser infinito.

Boa Noite a Dan

Que não haja nada depois que não nos sirva nos pequenos e ridículos instantes de agora, de hoje a noite. Sim, continuarei com minhas frases curtas, impactantes e tolas, é o que me basta, o que me acerta logo após uma longa caminhada pelas minhas veias. E assim, descobrir um universo inteiro em alguns centímetros de carne. O que me falta é cantar para um desconhecido, amar um inexistente, correr pelos caminhos que já passei e esquecer dos sorrisos que não levei. Comigo, tudo é pouco, mas do pouco que entendo, que sei, é hoje, o que sou.

...

A poesia para ser completa não precisa de rimas:
é completa no nascer dos sentimentos, e deles ser entendida.
Poesia é aquilo que se conhece e dói.
É algo lindo,
triste na sua simplicidade.
Tanta vida nas junções das palavras.

Existe um Deus em cada indivíduo,
pronto pra apoderar-se dos rasgos alheios.
Existe tanta coisa indizível
sem espaço
sem traço
que morre tão logo apenas tenta nascer.

Pensar em mim, sonhar com ele (e nisso sonhar com tudo)
Pedaço quebrado de consciência.
Desejar paixões finitas, diversas.
Alimentar-me de toque. Cair com um abraço. Morrer sem cansaço.
Sair por aí (e sorrir),
ao passar entra as coisas que jamais serão minhas.

Passageiros...Inacabados somos. Sem uma arte natural.
Deitamos e já pensamos em conquistar o mundo,
não suportamos a idéia de não controlar os espaços do tempo que nos deram.

Que me venham então os sonos de pensamentos vazios e facos
.

17 de outubro de 2008

Depois de Quinta-feira...

Quem sabe um dia controlar o querer.
Parar os instantes e as respirações fracas (mas insistentes) do gostar não-correspondido.
Seguir nos dias sem deixar pedaços para trás.
Dor no peito.
[somente dele]
Mãos mexem angustiosamente.
Pernas balançam a um ritmo frenético....Meu coração imbatível!....e inquieto.

Quando o vejo é apenas para o sorriso.
[meu olhar fixo e certo]
Desligar a alma das pequenas belezas não-correspondidas, e irresistíveis!
Não tê-lo...desejá-lo cada vez que me deito.
Sair de mim,
de você.
Teria graça?
Me deixe doer!

Caber-se

Usarmos as coisas,
e não apenas elas,
pois tão somente as coisas são usadas sem o "quem".
Quem se quer abraçar.
Quem se quer beijar.
E em um dia querer tudo,
Pra caber somente em si.