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9 de maio de 2011

Afirmações

Sim, eu. 

E já começo me afirmando, afirmando tudo. Ponto positivo e agudo. Fui lá fora fumar um cigarro e pensar na vida, nas várias vidas que já tive, tentando achar uma pista da próxima. Uma que será diferente dos meus pensamentos e anseios passados.  Sou auto-textual, autocrítica, e auto-suficiente. Não preciso de alguém mais para saber o que não sou.  Estou ali, aqui e lá, e ao mesmo tempo pensando dentro. Entedio-me rápido, entedio da vida, dos outros, e das tentativas de conhecê-los. 

O cigarro termina, o pensamento continua. 

(Flui) 

As paixões se vão tão rápido quanto um cigarro que queima nas mãos. As cinzas, ainda bem que o vento leva. E você fica com o resto e a lembrança de algo que não arde mais. Rendo-me. Tenho medo de seguir, provável que tudo saia errado. Onde está o exato ponto do valer a pena e seguir mesmo assim? O vento e a vida agora me acalmam, volto pra dentro, me aceito.

1 de maio de 2011

Cotidiano

Tenho uma incrível dificuldade de pôr para fora os pensamentos que são novos e nascem. Me calo e por isso acreditam que sou alguém desatenta. Busco apenas sentir da melhor maneira possível, e tentar assim, passar o máximo de sinceridade das coisas que me são. Sou ingênua demais quanto a momentos compartilhados. Há esperança demais, e com ela, decepções demais. 

Quis me acostumar com a solidão e agora não sei como fazer dela algo que não é meu, é já minha companheira e quase melhor amiga.  É ela quem procuro quando me sinto acuada, frágil em tentar ser alguma coisa. Não deveria ser o contrário? Deveria querer um abraço seu, algumas poucas palavras simples e pronto, fomos felizes. Mas o mundo me joga contra coisas ásperas, duras de se sentir, inabaláveis. Não me acostumei a dividir momentos, e com isso acabei falhando no que queríamos ser juntos. 

Inquieta, respiração, deito a cabeça nos joelhos, sem pensar, pois não preciso disso por enquanto, quero algo mais que sonhar, algo paralelo ao amar, mãos dadas, passeios sem rumo. Apenas sentir o momento me basta. Saber que me doem tantas coisas e que ainda assim, fui escolher compartilhar tudo isso. Desculpe pelos momentos em mim mesma, egoístas e distantes; pelos instantes em que você, cansado, me pergunta coisas sem ter respostas minhas. Queria que soubesse que se assim o faço é por saber que existem momentos em que as palavras nascem, momentos inexatos, de não saber o que se é nem a que veio, mas sei estão lá, guardadas em alguma célula. E elas sairão...quando enfim os silêncios se combinem.