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25 de novembro de 2010

Do que ninguém

Poesias não me consolam
sou mais fraca que isso,
mais fraca que uma palavra
mais fraca do que intenção
mais fraca do que qualquer coisa imaginável
Minha força são para as lágrimas,
não de saudades
de solidão
Do que ninguém percebe
ou se importa
e quer saber.
Eu sou agora para sempre a outra.

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O último passo ao redor da casa foi dado
há muito tempo
No tempo que eu deixei o vento e o sol.
No tempo que eu troquei tudo por um dia ácido,
parcialmente nublado.
No lugar onde ela estava sentada podia ser que alguma acontecesse, alguma coisa fora do comum e linda demais para ser observado por muito tempo. Esse era o espaço para divagar sobre as perguntas sem respostas, o dia sem o próximo, a água sem o vento, os sentimentos nunca recíprocos.

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Água benta é apenas, água.
Nos anos,
o amor
a amargura.
Nunca se sabe o que fazer no final.

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Na vida você precisa aprender a suportar a tristeza, pois ela é inevitável. 
Ninguém poderá sentir-la ou suportá-la por você.

7 de novembro de 2010

Contra nós

E com a guerra se faz poesia
na luta constante de pensamentos
de mentes equivocadas,
de atos distorcidos.
A juventude arde em todos nós,
e com ela saímos do conforto mental,
repudiamos a comodidade.
A maior guerra poética que existe em todos
é a guerra mais óbvia:
a contra nós mesmos.

23 de agosto de 2010

Basta apenas o copo da vinda.No primeiro gole não ser,no segundo, encher-se de sie a partir do terceiro,não sentir nada além de um palmo.
O álcool é egoísta,por isso preciso dele.Sou dona de um corpo só,e de milhares de mentes.

22 de agosto de 2010

Passei os últimos cinco anos da minha vida me relacionando com homens que vivam em outros estados. Minha idéia nunca foi "quanto mais longe melhor", eu simplesmente nao conseguia achar graça nos homens da minha cidade. Machistas demais... E eu, como alguém que preza o tradicional "oi-tudo-bem-vamos-pra-cama-agora?" nao conseguia obter diálogos muito convincentes com eles. Acho que eles nao entendiam por que eu preferia estar bebendo as 3 da madrugada sem dizer nada com nada, só esperando que alguém que fumasse o mesmo cigarro que eu aparecesse pra que eu pedisse um e pudesse assim recomeçar todo o ciclo de besteiras aleatórias, do que estar em casa vendo filmes de humanas que se apaixonam por vampiros. Percebi assim, que amar a distancia é tao complicado quanto tentar explicar para os caras da minha cidade porque eu escolhi ficar sozinha, com a diferença que nao preciso mais gastar com passagens de avião. É, me dei melhor sendo sacana.

Hoje é sexta.

9 de julho de 2010

Vino e yo

A partir de hoy ya sabes.
No más compartir el vino,
te das cuenta que las mejores ideas venidas de él son las no compartidas?

Ni en un espacio
Ni en un tiempo
Solamente en la Nada

Ahora, mañana nomas.

7 de julho de 2010

Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever
(Clarice Lispector)


Ela sabia muito mais, e antes que nacesse o sol.

1 de julho de 2010

Si un día, cuando quieras que sea ese día, querrás decirme lo que yo quise desde el comienzo, por favor, ya no lo hagas. No hay más parte o espacio en mi o en nosotros. Te sonrío y vos haces lo mismo (como si fuera alguna obligación). E yo odio eso. Odio tener que hacer, decir, sentir, actuar todo otra vez. Odio seguir siendo el mismo yo de ayer. Pero me encanta, más que todo, hacerte feliz, ni que sea así, ligero e impreciso. Sos vos, soy yo…Ces’t la vie.

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Invisível,
demasiado forte.
Era eu minimamente
!
Humana
...
(e assim termina minha história)

29 de junho de 2010

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Meu silêncio nunca precede nada, são apenas hiatos de coisas que não consigo ser.
E quando falo, são hiatos das coisas que não sei existir.

Não é culpa do verbo


E amar tanto...
Depois de um tempo me dei conta que o que amo não é o verbo definido.
É a vida indefinida.
E dói,
e não é mais.
É Nada

Extranjero

Hasta ahora de mucho no me sirvió mi nueva lengua
mi nueva casa
rutina.
Y claro,
el yo sigue el mismo.

13 de março de 2010

Poesia complicada

Se algum dia eu mudar
seria pelas coisas complicadas.
Sobre as simples,
ainda me são inexistente.

Hoje me sinto como uma verdadeira mulher.
Hoje, me sinto histérica pela vida.
E por ela, complico tudo.

11 de março de 2010

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Mais mil noites e não importa,
seguirei de maneira torpe.
Duvidando.
Amarga forma de vida.
Durmo enquanto o resto amanhece,
acordo e já estão quase todos cansados.
Quem sabe o tipo de amor que se espera quando o dia está chuvoso.

8 de março de 2010

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E sigo aqui, louca e dolorosa. Este é o meu ‘sentir normal’, minha expectativa do que serei todas as noites correntes e presentes. Destino preciso e tácito. Ofegante. Algumas horas a mais não me mudariam. Talvez apenas se misturasse o álcool e as oportunidades. São os motores da modernidade. Ironia minha viver em um tempo onde a crença no amor não é objetivo, mas passado. E o passado sempre já nos foi. Nossa crença enfraqueceu, e com a fraqueza, diminuo, me intoxico pelo que esperam que eu seja. Vivo em um lugar onde um sorriso te custa o tédio de um dia inteiro, e o toque, a indiferença por amanhã.

3 de março de 2010

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Fosse apenas questão de parar e ver passar as coisas...


Eu poderia talvez enlouquecer com o silêncio que faria. De fora pra dentro.
No escuro me calo, me redimo, me faço.


Queria poder botar todas minhas noites em uma garrafa de álcool.

17 de fevereiro de 2010

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A carne continua fraca.
Impaciente.

Poucas vezes me pergunto se é prudente ficar pra depois do jantar
Depois deito de lado, e adormeço.

Lá fora o asfalto começa a brotar vida
Acordo. Olho para os lados.

Com eles, nunca fico para o café-da-manhã

16 de fevereiro de 2010

Proxima parada

A próxima parada é no meio da rua. Entre ônibus, mendigos e a fumaça eu seguia buscando algo para preencher minha casa, ainda vazia. A primeira. Escolhi uma hora largar tudo o que me era para o que poderia ser, um daqueles tantos sonhos distantes que desejamos quando crianças. A incerteza da mudança, a empolgação em ser algo incerto, algo sem rumo. Apenas, ser... E quem sabe no meio de tudo isso ter tempo para um café, uma espiada no homem que passa ou um pensamento completamente inútil que surge do nada. Engraçado como as coisas inúteis nos surgem do nada, nem de um pensamento pré-fabricado, nem de um gesto que levaria a ser alguma coisa. Assim como a criação do Universo, que se criou do nada, apenas explodiu, eu apenas explodo.

O que ia e vinha era isso, faltava acordar apenas, o baque da mudança se foi de vez, fora de mim, e me trouxe a calma de saber viver-se no presente que antes eu queria que fosse futuro. A mudança se transformou em rotina. Sigo agora umas quantas quadras mais pela rua. E depois de dezenas de novas ruas e esquinas e casas e praças e bares construo a cidade que escolhi sem porque. Mas sigo sempre, a caminho da próxima parada.