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12 de fevereiro de 2009

Carona em Bauru

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Escrito em 2006...



Sabe o dia no qual você deu carona pro Thiago, Victor, Carol e Henrique? Bom... Estávamos voltando da festa e você levando eles para casa. Lembro-me que estava quieta, sentada no banco do carona, e o Thiago começou a imitar alguém. Todo mundo começou a rir, só eu não porque não entendia a imitação da menina que todos vocês conheciam. Daí você começou a dar aquelas risadas, ahhhh... Aquela sua risada! Eu ficava olhando, de canto quase sem me mexer... só espiando. Enquanto você ria e dirigia, e eu ria porque estava vendo seu sorriso. Foi quando eu olhei com mais atenção e entristeci.Aquele sorriso em pouco tempo não estaria comigo,e viriam as saudades, lembranças e o som do sorriso

Fiquei olhando a paisagem, tentando evitar te olhar,mas eu conseguia te ouvir, e você continuava sorrindo.

Fechava os olhos e sabia exatamente o movimento da sua boca, como sua cabeça vai ligeiramente pra trás quando sorri, como você achava tudo aquilo engraçado. E eu pensando nas saudades, saudades que nos dividiam em milhares de quilômetros. Virei o rosto, te olhei, você já tinha parado de sorrir, voltou a apenas dirigir, mas não me olhou. Fiquei olhando mais um tempo e você mexeu um pouco a boca como se estivesse falando pra ela deixar de sorrir. E voltou a ficar sério. Daí tive a impressão que você levaria a cabeça ligeiramente pra trás e sorriria de novo. Mas daí você não sorriu.

Bateu a seta.
Dobrou o carro.
Olhei pela janela.
E quem sorriu fui eu.
Você ficava lindo sério.

5 comentários:

Alice Sant'Anna disse...

que bom que você gostou, ana, muito obrigada! aliás, também adoro o man ray aí embaixo.

beijo

Alonso Zerbinato disse...

Man Ray genial, obrigado. Muito gostoso de ler esse texto novo. Atenta a todos os movimentos...

Jota Mombaça disse...

este velho texto novo me fez sorrir também. sei lá... gosto quando a iminência de desastre é, na verdade, brisa no rosto.

Unknown disse...

Que texto lindo, Ana.
Abraço pra você

:*

Unknown disse...

certas piadas nunca envelhecem e certas imitações sempre funcionam.
independente disso, é uma bonita singeleza.