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11 de janeiro de 2008

Pensamentos de passagem de ano.

Enquanto eu ficava lá sentada, achava que podia existir alguma coisa que me fazia acreditar que eu poderia saber de algo que os outros não sabiam. Todos pareciam contentar-se com a mesma coisa. As mulheres, sempre na disputa de quem tem os melhores peitos e rabos. E os homens em busca desses melhores peitos e rabos. A música age quase que como um instrumento de iniciação a pensamentos idiotas, que seguirão as pessoas noite adentro.


Também tenho minhas tentativas de aceitação, mas a maioria fracassa antes mesmo de começar porque até lá já estou enjoada em me perceber no meio de tudo aquilo. Desisto, em busca de algo que não sei exatamente o que é - claro, as pessoas egoístas sempre querem achar tudo na vida sozinhas, como se fossem receber alguma revelação divina e individual; algo como saber que jogarão uma bomba no centro do mundo e poucos afortunados, incluindo você lógico, se salvarão. Toda aquela gente dançando, rabos rebolando e pares de pernas maravilhosas em microssaias: tudo, claro, posto estrategicamente! Lindas mulheres pra lá e pra cá – elas estão por todos os lados -, dando seus saltinhos e risadas abafadas a cada elogio grosseiro sobre seus decotes. No final, todo um ritual de arruma-dança-bebe-conversas-dinheiro... Tudo resumido em uma finalidade lógica e simples: foder.


E eu achando que sabia mais do que eles! Talvez o único que seja é isto: toda essa gente estúpida, tanto esforço por uma foda, e eu como uma também estúpida – afinal, quero me dar o direito de ser humana – também devo querer a mesma coisa. A diferença era que eu tinha notado, e só essa razão me fez querer evitar aquela realidade fodida. Sendo assim, comprei mais uma cerveja antes de me desesperar na noite e em todo meu antisocialismo, bebi e brindei, a mim mesma.

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